sábado, 14 de abril de 2007

O que se faz às dez da manhã de um sábado?

É uma sensação estranha, acordar às dez da manhã de sábado completamente "enxuto", quando a noite de quarta para quinta havia sido a última que tinha dormido, e ontem me deitei por volta da meia noite, com dois horários laborais das 10:30 às 18:00 pelo meio. Algo falhou aqui no meio. Não sei o quê, talvez o regresso de várias sensações que pensava já ter perdido, ou o facto de, nesta altura, estar a ser assolado por uma avalanche de pensamentos que me mantém num estado de ansiedade que não faz sentido existir.
Talvez tudo isto se deva às primeiras barreiras que surgem no início da caminhada para deixar o estado da inércia, ou talvez seja somente o produto de um carácter frágil.
Tenho perfeita noção de que penso e sinto em demasia, o que torna tudo avassalador ao ponto de me deixar estático, escondido, à espera do fim da tempestade. Contudo, a tempestade não cessa completamente, toma apenas contornos menos duros. É como darmos os primeiros passos pelos escombros de uma cidade que acabou de ser bombardeada, à procura de algo, ao mesmo tempo que esperamos ouvir novamente a ensurdecedora sirene que assinalava novo raid aéreo.
Depois de tanto tempo gasto em tentativas de subjugar o domínio das sensações com o da razão, da lógica, do pressuposto "causa-efeito", encontro-me exactamento no ponto de partida, onde a teoria é magnífica e aparenta ter tudo para alcançar um sucesso já de si predestinado. Contudo, aquando da transposição teoria-prática, surgem os mesmos obstáculos já previstos no esboço teórico e, não obstante, conseguem destruir todas as bases que sustentam esta operação.
Teremos aqui um exemplo perfeito de falta de competência de quem aplica a teoria?

Acho que preciso de um café...

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